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QUAL É O BRASIL QUE NOS ESPERA?
 
Todo brasileiro sabe de cor e salteado que há um processo de impeachment em andamento, muitos políticos atuantes envolvidos em escândalos de corrupção e os desdobramentos da Operação Lava Jato e outras operações paralelas mostrando a cara do Brasil político que temos para hoje e para um futuro bem próximo, ou seja, todos nós estamos à beira das eleições presidenciais de 2018.

Todo brasileiro sabe de cor e salteado que nos dias atuais, mostrar as mazelas de um governo que se perdeu em meio às fracassadas tentativas de levar avante uma administração medíocre sem o apoio da política de coalização instalada no seu bojo e que nos momentos das necessidades mais prementes em prol do povo a base aliada tirou o corpo fora, é fácil.

Todo brasileiro sabe de cor e salteado que viver em meio aos poucos políticos que ainda lutam bravamente por uma fatia do bolo no poder esfacelado que restou e alegar que um único partido fracassou e que esse partido é o verdadeiro responsável pela derrocada na atual política partidária, também não é uma tarefa difícil.

A crise econômica mundial que já deixou sua marca em alguns países da Europa e também em alguns da América Latina já está instalada aqui no Brasil faz algum tempo, portanto, quem será capaz de administrar este país, sem antes tentar encontrar um “bode expiatório” para nele pôr toda a culpa pelo fracasso das nossas finanças?

Mas ainda há uma pergunta que não quer calar:

O Brasil mudou para melhor ou para pior, nestes últimos meses, com a assunção do governo interino?

Se depender do governo que aí está, poderemos dizer que mudou para muito pior, porque apesar de interino, ele pleiteia fazer um desmonte daquilo que o país construiu de mais importante no último século, promovendo privatizações, cortes de recursos para políticas sociais, ameaças sobre os direitos dos trabalhadores, a despeito das mudanças que serão feitas na previdência social.

A mobilização da sociedade brasileira parece que foi estancada. Já não se dá mais tanta ênfase à rejeição do golpe e nem à performance “meia-boca” do governo que surgiu dele.

É provável que depois das decisões que já foram tomadas pela Câmara e pelo Senado, as atenções estejam mais voltadas para a decisão final que ocorrerá mês que vem. Em chegando lá, certamente teremos a continuidade do “governo golpista” ou veremos a vitória do “Fora Temer” com a consequente volta da presidente Dilma Rousseff ao poder.

Pouco tempo atrás, o clima geral era a favor do golpe, com o governo atuando no varejo para tentar impedir sua derrota. Atualmente, ao contrário, o clima geral é contra o golpe e o governo interino age ferozmente no varejo – com nomeações, promessas, liberação de recursos, os mais variados - para tentar impedir sua derrota.

Diante dos maiores processos de mobilização popular que o Brasil já conheceu, amplamente contra o golpe e pelo Fora Temer, é bem provável que tudo o que foi arquitetado por ambas as partes, acabe em pizza e o Senado tenha que decidir, sozinho, os destinos da democracia e do futuro do Brasil.

Será que os brasileiros precisarão opinar se querem a continuidade desse governo interino que dia a dia corta direito das pessoas, promove um retrocesso brutal nas conquistas de todos, impõe um modelo econômico fundado nos interesses dos banqueiros e contra a maioria esmagadora da população ou se prefere a retomada do modelo de desenvolvimento econômico pautado na distribuição de renda como vinha sendo processado pelo governo que foi eleito democraticamente?

Acabar em definitivo com a corrupção dos políticos e seus comandados que aí estão será uma tarefa insana, mas atribuir apenas aos integrantes do governo anterior toda a roubalheira aos cofres públicos ocorrida nas últimas décadas, sem incluir nessa mescla os integrantes da base aliada e de quem fazia parte da oposição, decerto será uma tarefa muito fácil.

Agora, cabe aos brasileiros dizer se querem a continuidade do governo interino, com Henrique Meirelles impondo o interesse econômico dos banqueiros sobre o país, com José Serra “afinando” para os EUA e falando “grosso” com países modestos como a Bolívia e a Venezuela, ou se prefere um governo comprometido com a democracia política, com os direitos de todos e com a soberania na política externa.

É chegada a hora de nossa brava gente brasileira voltar a "bater panelas" nas ruas e dizer abertamente se prefere o “Fica Temer” ou o “Fora Temer”.
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 18/07/2016
Alterado em 18/07/2016

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