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BATALHAS CAMPAIS RECORRENTES
 
Depois de terem almoçado com seus respectivos familiares, dois garotos vizinhos saíram para brincar de bola de gude na frente da casa de um deles.

Brincaram um pouco, gargalharam de forma descontraída, até surgir um grupo de torcedores de torcida organizada/uniformizada que marchava como se estivesse indo combater inimigos numa guerra fronteiriça, iniciada há já algum tempo.

Os garotos ficaram um pouco assustados e tentaram continuar brincando tranquilamente não fosse o grito de guerra do líder desse grupo que chegava, ao notar que o grupo “inimigo”, que era o grupo da torcida adversária, que já estava de tocaia, preparado para atacar. Ali, em meio à gritaria dos componentes dos dois grupos, o líder do grupo que acabava de chegar, gritou:

Vamos “detonar” eles agora, galera – dando início à batalha.

Os garotos amedrontados com aquelas cenas de violência repentina entre os torcedores, correram para dentro dos aposentos de suas respectivas residências e se esconderam em pontos estratégicos de suas casas, sem que seus pais tivessem conhecimento de seus respectivos paradeiros.

A avó de um deles, ao ver aquela selvageria grupal, tentou recolher seu neto para dentro de casa e não o vendo ali por perto, bradou em voz alta, muito preocupada:

- Meu Deus, me ajude a localizar meu neto. Ele não pode ter fugido para o meio dessa bagunça.

O líder de uma das torcidas organizadas, que naquele momento tentava fugir da pancadaria, usando para tanto a parede do muro de uma das casas como escudo, ao ouvir o desespero daquela senhora idosa, tentou acalmá-la, dizendo:

- Vovó, não sei para que santo a senhora estava pedindo para tentar localizar seu neto, mas pode ficar tranquila, pois eu acabei de ver um deles, montado no seu cavalo branco, de espada em punho, tentando acabar com essa batalha campal, mas eu duvido que ele sozinho vá conseguir dispersar essa galera toda - sorriu, meio carrancudo.

Na verdade ele estava muito preocupado com o desfecho da sua batalha e antes que aquela idosa perguntasse se ele tinha visto o neto dela, o torcedor deu novo grito de guerra para os seus comandados:

- Vamos que vamos, pessoal e seja o que Deus quiser!!! - E partiu de forma tresloucada para o meio da bagunça generalizada.
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 21/04/2019
Alterado em 21/04/2019

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