![]() COM O FUTURO GARANTIDO
Juquinha e Zezinho estavam sentados na calçada da casa do seu vizinho, jogando conversa fora, quando foram surpreendidos por dois garotos que estavam voltando da escola e o mais velho deles decide mexer com eles: - O que vocês estão fazendo aí sentados, rindo à toa, totalmente despreocupados, passando a falsa impressão de que estão com a vida ganha? Juquinha, garoto esperto, demonstrando certa sagacidade no olhar e muita tranqüilidade no falar, responde: - Eu, particularmente, estou bem. Na verdade eu estou aqui pensando numa forma rápida e eficiente de como garantir o meu futuro, ganhar muito dinheiro, sem precisar freqüentar uma sala de aula por vários anos e nem precisar me esforçar tanto como faz todo jogador de futebol. Seu amigo Zezinho, dando a entender também que estava pouco preocupado com a correria comum da vida de um ser humano, fala em voz bem baixa, quase gutural, no ouvido do outro garoto: - Não ligue p’ra ele não. Eu acho que ele está tresvariando. E tudo isso começou depois que ele leu um livro da Coleção Mil e Uma Noites chamado Ali Babá e os Quarenta Ladrões. - E quem era esse tal Ali Babá? Ele era o chefão dos seus comparsas, ou era alguém que chefiava alguma quadrilha? – perguntou o garoto mais moço, falando num tom de voz um pouco sussurrado. - Quem era o cara eu não sei não. O que eu sei sobre a história é que esse tal Ali Babá ficou rico de uma hora pra outra, sem muito esforço, respondeu Zezinho. - Como? Isso é impossível!!! Ninguém consegue ficar rico de uma hora para outra sem trabalhar, sem lutar ou sem estudar, é preciso muita luta e trabalho honesto para que isso aconteça – contestou o primeiro garoto, quase aos gritos. Zezinho demonstrando mais uma vez muita tranqüilidade na forma de agir, dar uma balançada de ombros, olha nos olhos do Juquinha e diz: - Juquinha, conta pra eles qual é o segredo para que isso venha acontecer de verdade, pois tudo indica que eles nunca ouviram falar e nem nunca leram nada sobre a forma usual de ascensão e de progresso econômico-financeiro de alguns dos nossos governantes e representantes políticos. A história tem nos mostrado que eles “lutam” muito para isso. Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 16/09/2006
Alterado em 28/04/2007 |