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PULANDO CERCAS
 
Jô Formigão anda meio desacorçoado com alguns acontecimentos inusitados envolvendo a sua família, principalmente com o disse-me-disse dos fofoqueiros de plantão que não sabem o real motivo de tudo o que vem acontecendo envolvendo a vida de sua pessoa e a de seu filho caçula.

Várias vezes, no decorrer do mês passado, ele foi visto pulando uma cerca que há na frente de sua casa sob a alegação de ir procurar o animal de estimação de seu filho que insiste em fugir para o quintal do vizinho.

Regra geral, pular cerca é sempre uma situação de risco para qualquer animal, principalmente para o ser humano, mas para o agricultor Jô Formigão a alegria e a felicidade de seu pimpolho está em primeiro plano, muito acima de outros problemas que possam surgir.

Na verdade, o que mais o preocupa, ao praticar tais peripécias próprias de crianças traquinas ou de adolescentes buliçosos e irreverentes, é que seu vizinho possa o flagrar nessa situação meio constrangedora e queira interpretar como uma atitude de um invasor malquisto e indesejado.

A esposa dele ainda não tomou conhecimento desse episódio (pular cerca) que não é muito corriqueiro no âmbito familiar de casais que compartilham ocorrências particulares e comuns entre si, sem nenhuma parcimônia ou constrangimento.

Pelo andar da carruagem, ou melhor, pelo que a vizinhança anda comentando a bocas miúdas, é bem provável que ela vá interpretar como uma situação atípica, mas que no dia a dia dos casais do mundo contemporâneo ela é própria de um pai coruja que é muito dedicado à família, como um todo.

Pensando na hipótese de o gato do filho do vizinho também fugir, justamente para visitar o quintal do filho do agricultor Jô Formigão e o pai dessa criança cujo gato fugiu tiver os mesmos hábitos de pular cerca, haja cerca para ambos pularem, de um lado para o outro, sem serem notados, mutuamente.

Vamos torcer para que o Jô Formigão e seu vizinho não se estrepem nessas cercas, qualquer dia desses, principalmente se eles decidirem praticar suas estripulias e elas, efetivamente, se tornarem rotineiras.
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 07/07/2016
Alterado em 07/07/2016

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