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INTOLERÂNCIA(S) DO MOMENTO
 
Nos dias atuais, sem uma previsão de ocorrência de uma melhora significativa, vivemos momentos cruéis de falta de paciência para com o nosso semelhante, nos tornando, grosso modo, um povo renitente e que professa, sem nenhum pudor, a verdadeira intolerância.

Mas o que é Intolerância?

Intolerância é o mesmo que ausência de tolerância, característica que corresponde à falta de compreensão ou aceitação em relação a algo.

Uma pessoa que age com intolerância é chamada de intolerante e, por norma, apresenta um comportamento de repulsa, repugnância e ódio por determinada coisa que lhe seja diferente.

Do ponto de vista social, as pessoas intolerantes não conseguem aceitar divergentes pontos de vista, ideias ou culturas, principalmente pelo fato de não compreenderem a diversidade da qual é formado o mundo.

Por sua vez, o vocábulo tolerância vem do latim tolerare que significa "suportar" ou "aceitar". A tolerância em si é o ato de agir com condescendência e aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir.

A tolerância é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade. Uma pessoa tolerante normalmente aceita opiniões ou comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio social. Este tipo de tolerância é denominado "tolerância social".

A ONU instituiu o dia 16 de novembro como o Dia Internacional para a Tolerância. Esta é uma das muitas medidas da Organização das Nações Unidas para o combate à intolerância e da não aceitação da diversidade cultural. Esta data ainda visa combater a intolerância religiosa.

Intolerância Religiosa entre pessoas ou grupos de crenças ou religiões diferentes:

A intolerância religiosa, em síntese, consiste na falta de compreensão sobre o direito que cada ser humano tem de expressar a sua crença religiosa.

Intolerância religiosa é a discriminação contra as pessoas e grupos que têm diferentes crenças ou religiões, e é marcada principalmente pelas atitudes agressivas e ofensivas.

A liberdade de expressão garante aos indivíduos o direito de manifestar as suas opiniões sobre determinado assunto, incluindo a crítica em relação aos dogmas religiosos, por exemplo. No entanto, a intolerância religiosa passa a se configurar quando a pessoa age com indiferença, violência ou de qualquer outro modo que fira a dignidade de outrem.

Por exemplo, humilhar, perseguir, discriminar ou agredir alguém por ter uma religião ou crença diferente de outra pessoa são atos de intolerância religiosa.

No Brasil, a intolerância religiosa é um crime de ódio, classificado como inafiançável e imprescritível. A pena para os culpados varia entre 1 a 3 anos de prisão, acrescido do pagamento de multa.

Oportuno se faz aqui lembrar que a intolerância religiosa não tem como alvo apenas outras religiões, mas também as pessoas que não seguem nenhum tipo de doutrina religiosa (ateus e agnósticos, por exemplo), visto que a pessoa intolerante não admite o fato daquele indivíduo ter uma crença diferente da sua.

Segundo a Constituição Federal Brasileira vigente, o Brasil é um Estado Laico, ou seja, não tem uma religião oficial e todos os tipos de religiões e crenças devem ser respeitados. Aliás, como dito anteriormente, a intolerância religiosa é considerada um crime no Brasil, de acordo com a lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989.

Intolerância político partidária entre militantes:

Atualmente, por conta de uma onda moralista popular de combate à corrupção social e/ou estatal no nosso país, aliada ao que a justiça tem feito neste sentido, um fato novo tem tomado corpo de forma negativa nos comentários que são publicados nas redes sociais.

Ali, indivíduos que são adeptos/seguidores de determinadas siglas partidárias e que, naturalmente, têm seus ídolos e mitos de paixão e os defendem com unhas e dentes afiados, fazem de tudo para fazer valer seus "direitos" de defender ou acusar quem quer que seja, sem qualquer base legal.

Esse comportamento, até certo ponto hostil, existente entre os internautas defensores de suas bandeiras ideológicas e partidárias já pode ser considerado como uma intolerância político partidária entre militantes.

Esses militantes, internautas comentaristas de plantão que o são, sejam eles da direita, da esquerda ou do centro, não admitem que outros adeptos/seguidores de suas siglas partidárias, e que também têm seus ídolos e mitos de paixão, discordem das opiniões político partidárias constantes de comentários divergentes que são feitos, acerca de notícias veiculadas nas mídias jornalísticas e televisivas diárias, sob pena de receberem xingamentos, ofensas morais e até algum tipo de ameaças.

Intolerâncias político partidárias à parte, entendo que essas discussões odiosas, despejadas pelos contendores raivosos em geral na mídia virtual, não nos levará a um caminho esclarecedor daquilo que se passa nos meandros da nossa política partidária, muito menos elas possam servir para justificar essa ou aquela atitude político partidária fora da curva, ou determinado modo (certo ou errado) de agir de seus integrantes político partidários ao longo dos tempos.

Entendo, ainda, que esse país maravilhoso que habitamos, com e/ou sem política partidária, é o país de todas as cores e, nós brasileiros, tanto os da direita, quanto os da esquerda, ou de outras posições intermediárias, continuamos velejando em mar revolto, dentro do mesmo barco de antanho, esperançosos e extremamente precavidos para não ficarmos à deriva em algum momento dessa viagem.

Intolerância esportiva entre torcedores:

A intolerância esportiva, sobretudo aquela ocorrida nos estádios de futebol do nosso país, tem chamado a atenção das autoridades responsáveis pela manutenção da segurança das pessoas que “ordeiramente” tentam assistir a uma partida de futebol, envolvendo o seu time de coração.

Nos últimos tempos, ainda que algumas medidas “protetivas” tenham sido adotadas por essas autoridades especialistas em segurança, visando à manutenção dos torcedores que não são “brigões” dentro dos estádios, excluindo por inteiro as torcidas dos times visitantes durante as partidas de futebol, as contendas extra campo continuam acontecendo.

Desta forma, enquanto a partida de futebol envolvendo os seus times se desenrola em campo, os torcedores considerados “intolerantes”, que hipoteticamente deveriam ficar uns afastados dos outros durante a partida, não contentes com essas medidas “protetivas”, mantêm acesa sua intolerância e programam verdadeiras batalhas campais recorrentes no entorno e fora dos estádios, antes, durante e muito além do momento em que o jogo acaba.

Haja (in)tolerância!!!


 
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 12/08/2019
Alterado em 22/05/2020

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