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NUMA RODA GIGANTE
 
Sou um apolítico de carteirinha que tem um hobby aleatório de ler e analisar o comportamento político e partidário dos “homens do povo”, tanto dos que afirmam ser da direita, quanto daqueles que se dizem da esquerda e também dos que preferem se situar numa posição intermediária, que eles a chamam de “centrão”, mas no frigir dos ovos, todos se transformam em omelete, ou iguaria parecida.

Numa dessas leituras feitas tempos atrás, constatei que em mensagem publicada no seu Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública respondera a seguidores que o questionavam sobre a soltura de Lula, dizendo:

"Aos que me pedem respostas a ofensas, esclareço: não respondo a criminosos, presos ou soltos. Algumas pessoas só merecem ser ignoradas", escreveu Moro, sem citar Lula.

Naquela oportunidade, no auge de sua soltura provisória, Lula discursara para militantes do PT que se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP).

O ex-presidente teria criticado veículos de imprensa, os ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes (Economia) e o presidente Jair Bolsonaro (ainda no PSL) e teria dito que o Brasil "não merece o governo que tem"...

Concomitantemente àquele momento em que o ex-presidente Lula discursava em São Bernardo do Campo, o atual presidente Jair Bolsonaro tomava sorvete na Praça dos Três Poderes, em Brasília e como ainda o faz, ele usou a oportunidade para posar com apoiadores.

Mais cedo, Jair Bolsonaro teria afirmado que "Lula está solto, mas continua com todos os crimes nas costas", que é um fato público e notório.

Bolsonaro também chamou o petista, indiretamente, de canalha, dizendo:

- "Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa."

O nosso presidente e o nosso ministro da Justiça e Segurança Pública não estão errados ao se portarem dessa maneira, até porque eles estavam e continuam livres e soltos, politicamente falando.

Eles também sabem que a rotina de todo homem que tem sua vida ligada à política partidária, se assemelha aos movimentos de uma roda gigante. Ora o indivíduo está por cima, ora ele está por baixo, mas tanto de uma forma quanto da outra, eles continuam participando dos movimentos giratórios dela, ora como situação, ora como oposição, conforme o caso.

Já vi situações muito parecidas com essas que estamos vivendo, em que determinados partidos políticos tiveram seus dias de apogeu e no pleito seguinte o caldo entornara, cedendo espaço para outros que estavam à espera de sua vez e, sem nenhuma parcimônia, estes se apresentaram como verdadeiros salvadores da pátria e nem sempre o foram.

Geralmente, alguns envolvidos desses partidos que foram preteridos pelos eleitores "conscientes", continuaram fazendo parte do governo do partido vitorioso, como oposição é claro, logo, muda-se o cardápio político partidário, mas o efeito final da comida ingerida continuou sendo o mesmo de sempre.

Destarte, com base em históricos cíclicos já vividos, nossos representantes de governo atuais, na condição de situacionistas, têm de manter a postura de quem está na parte de cima da roda gigante, mas sempre pondo suas barbas de molho.

Aqueles que estão na parte de cima dessa roda gigante, querendo ou não, deverão se importar com os demais indivíduos que estão na posição inferior dela,  que são os oposicionistas, uma vez que eles poderão mudar de posição brusca ou lentamente e, decerto, tentarão dar o troco de imediato naqueles que os ignoraram antes.

O jogo cruel da política partidária, tanto dos “homens do povo“ da esquerda, quanto dos “homens do povo” da direita, bom como dos que representam o centrão, não deveria ser assim, pois o maior prejudicado é o cidadão que os elegeu; infelizmente ele sempre foi dessa maneira e não seria agora que iria mudar...

 
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 18/03/2020
Alterado em 11/04/2020

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