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33 - A ESTREIA DOS GINASIANOS
 
Há um ditado português que tem o seguinte enunciado: “Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza” e isso vem muito a calhar com aquela situação de plena felicidade em que se encontrava Billy Lupércio Daniel quando da chegada do seu primeiro dia de aula, cursando a primeira série do ensino ginasial, numa escola da CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade) de sua cidade natal.

Ali, naquele momento festivo, se apresentavam vários jovens, a maioria deles era oriunda de famílias menos abastadas, socioeconomicamente falando, igualmente à de Billy, e tornar-se-iam alunos estreantes daquela escola de nível ginasial, recém criada no centro urbano daquele pequeno município interiorano.

Em princípio, os preparativos para o início das aulas parecia a realização de um sonho de alguém que após concluir o ensino primário ficara parado por um período considerável, vivendo de expectativas, sem poder dar sequência aos seus estudos, mas era algo inusitado para a maioria daqueles jovens que via na continuidade deles uma forma promissora de crescer na vida.

As pessoas envolvidas, direta e indiretamente, no processo de implantação do ensino ginasial trazidos pela CNEC faziam de tudo para que aquela escola apadrinhada por aquela instituição comunitária de ensino funcionasse na sua plenitude e sem quaisquer percalços e, por mais que Billy beliscasse sua pele, tudo lhe parecia um sonho que jamais deveria terminar.

Os profissionais que formavam o corpo docente inicial, além daqueles que compunham o corpo diretivo daquela escola que  ali estava sendo implantada, faziam de tudo para que o projeto comunitário vingasse, tamanha era a vontade que eles tinham de ajudar a classe estudantil que estava muito apreensiva para obter os ensinamentos que chegariam com o início das aulas.

Não obstante às dificuldades que são peculiares à implantação de um projeto pioneiro na área educacional de cunho comunitário com aquela envergadura, numa região carente de quase tudo, como era a de Cafundós de Judas, onde os principais membros da política partidária ditavam as regras do seu funcionamento, muitas promessas foram feitas e a maior parte delas, em princípio, não fora cumprida a contento, mas, em contrapartida, o projeto estudantil tinha de seguir seu curso naturalmente, conforme fora inicialmente idealizado.

Assim, valendo-se da boa disposição e de um pouco de improviso na condução das aulas iniciais, professores e alunos assumiram seus papéis de protagonistas naquele cenário estudantil inusitado, fazendo com que aquele novo projeto comunitário estudantil começasse a andar de vento em popa e aquilo que parecia um sonho, tornar-se-ia uma realidade na vida daqueles ginasianos estreantes.

Entre eles encontrava-se, evidentemente, o jovem Billy, que após ter sido aprovado no exame de admissão ao ginásio, estava assaz radiante e torcia muito pelo sucesso da implantação e fixação daquele projeto educacional no seu município. Outros colegas, que também haviam sido submetidos ao exame de admissão obrigatório e que, assim como Billy, haviam sido aprovados, vibravam muito com a ideia de se tornarem os alunos pioneiros daquele movimento estudantil tão aguardado por eles há já algum tempo.

Os dias e os meses daquele período letivo foram passando de uma forma natural, enquanto isso os alunos e os professores  daquela escola faziam de tudo para que o sonho daqueles garotos ginasianos estreantes prosperasse e não se transformasse, portanto, numa simples utopia, ficando a vagar pela metade do caminho.

Era nítida a vontade, seguida do esforço conjunto entre os membros das áreas administrativa e diretora daquela escola, que foram amplamente compensados com a colheita dos resultados positivos obtidos em cada semestre letivo daquele ano, amparados pela efetiva expectativa da continuidade do projeto estudantil no ano seguinte.
 
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 23/09/2020
Alterado em 01/10/2020
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