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O(S) PECADO(S) DE ADÃO E EVA

 

Os anais das histórias religiosas e familiares em geral têm nos contado que a primeira família de humanos criada por Deus foi formada por dois irmãos, Adão e Eva, sendo o centro da crença na humanidade como essencialmente uma única família, com todos descendendo de um par original de ancestrais e que apesar do pecado cometido por ambos, o tão propalado pecado original, Deus permitiu que os integrantes desse casal vivessem juntos e tivessem filhos.

A partir do início dessa prole, os filhos em comum desse primeiro casal formaram novas proles, tiveram mais filhos e assim sucessivamente, mas a história não nos diz, textualmente, se esses irmãos consanguíneos, que o eram originalmente, cometeram/praticaram o incesto.

Nesses tempos modernos, onde a ética e a moral social e religiosa, respectivamente, falam mais alto, o incesto é descrito como a união sexual ilícita entre parentes consanguíneos, afins ou adotivos, contudo o debate moral e religioso deixa uma dúvida no ar:

- Afinal, o incesto é ou não é crime?

À luz do ordenamento jurídico brasileiro, exatamente na parte que cuida do ramo do direito criminal, é dito de forma explícita que o incesto, isoladamente, não é crime e ali são feitas algumas considerações importantes neste sentido, a saber:

O artigo 213 do nosso Código Penal, que trata do delito específico do estupro, preconiza que se houver o intercurso de pai e filha, com devido consentimento de ambas as partes e sem violência, neste caso, em regra, não é proibido. Todavia, quando há envolvimento de menor de 14 anos, há o chamado estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A, (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009), onde a pessoa que cometeu o delito é punida com reclusão de oito a quinze anos. Receberá a mesma pena quem praticar sexo com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiver o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não conseguir oferecer resistência.

Deixando um pouco de lado os pormenores legais advindos da prática do ato sexual não consensual que o nosso ordenamento jurídico já cuida disso muito bem, há já algum tempo, além da suposta culpa da serpente envolvendo o relacionamento sexual dos irmãos Adão e Eva lá no Jardim do Éden, há mais perguntas que não querem calar, que são:

- Se Eva não tivesse insistido para que Adão provasse do fruto proibido, será que naquele jardim celeste iriam aparecer outras pessoas para se relacionarem sexualmente com aqueles dois irmãos, cujo ato impensado os fizera “pecar” mutuamente e isso tem sido a base das doutrinas cristãs da queda do homem e do pecado original, embora estas não sejam pregadas no Judaísmo ou no Islamismo?

- Não teriam sido Adão e Eva igualmente responsáveis pelos pecados de arrogância e/ou de desobediência a Deus, ao invés de Eva ser única e simplesmente considerada a primeira a ser desleal para com o seu companheiro quando de sua cega obediência às orientações advindas da serpente?

Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 20/04/2023

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