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CAIPORA: ELE OU ELA?


As lendas e mitos criados ao longo do tempo através do exercício da imaginação humana são inúmeros. O nosso folclore se encarrega de documentá-los da forma que eles se lhe apresentam e em razão disso muitas dessas lendas e mitos tomam forma e descrição variadas, passando a ter diversas versões conforme a região.

Outrossim, é sabido que muitos desses mitos e lendas têm o condão de proteger a fauna e a flora dos ataques inconseqüentes dos seus eventuais predadores, os humanos, que deveriam pelo menos respeitar algumas regras ditadas pela mãe-natureza, tais como: não perseguir fêmeas grávidas, nem filhotes, seja qual for a sua espécie, assim como não permitir que caçadas sejam feitas nas sextas-feiras, nas noites de luar, aos domingos e nos dias santos de guarda.

Em algumas regiões interioranas, sobretudo as mais longínquas, ainda se crê muito nas lendas e fatos pitorescos regionais e quem tem a necessidade de andar à noite, na escuridão, carrega dentro de si um enorme medo de encontrar com alguns personagens que, segundo os mais crédulos, poderão lhes transmitir má sorte ou azar.

A figura do(a) caipora, por exemplo, que é o objeto de nossa curiosidade, é um desses seres mitológicos que preenchem com muita propriedade alguns requisitos inexistentes noutras figuras lendárias. A curiosidade mais flagrante desse mito brasileiro é que sua identidade e/ou seu sexo são um tanto quanto dúbios.

Afirmam alguns estudiosos do nosso folclore que esse mito poderá se apresentar como sendo de ambos os sexos. Ora ele se apresenta como do sexo feminino, representado por uma mulher de uma única perna, que anda saltitando, portando uma criança de cabeça muito grande.

Noutros momentos, esse mesmo mito se apresenta como um caboclinho dotado de encantos, ou no formato de um índio bem pequeno e forte, com o corpo coberto de pêlos. Poderá ter as características de um homem gigante que utiliza como montaria um porco-do-mato e que, para se resguardar do ataque de outros seres de índoles maléficas, ele cria um cachorro cujo nome é papa-mel. Ele também poderá se apresentar como um homem de uma perna só, com um único olho e com o pé redondo.

Alguns caçadores, sobretudo os mais destemidos, ou seja, aqueles que tiveram a coragem de ver o tal ser de perto, afirmam de pés juntos, que a caipora ou o caipora gosta de pitar um cachimbo recheado com um bom fumo de corda e para que eles pudessem manter uma política de boa vizinhança com esse ser, eles carregam dentro de seus embornais fumo de corda e cachaça boa à vontade para serem usados numa eventual recepção, acaso o tal mito tiver de aparecer no seu trajeto.

Afinal de contas, ninguém em sã consciência quer ter o desprazer de ter um ou uma caipora cruzando o seu caminho; os mais crédulos dizem que dá bastante azar! 

Estou morrendo de medo / eu preciso ir embora / se eu não voltar mais cedo / foi culpa do(a) caipora...

Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 24/02/2008
Alterado em 22/12/2009

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